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CHAPO COMPRA APOIO POLÍTICO PARA GANHAR LEGITIMIDADE
Acordo sem Venâncio Mondlane levanta suspeitas sobre real intenção do governo
Nos primeiros 100 dias de governação, Daniel Chapo enfrenta uma crise de legitimidade sem precedentes. Eleito pelo Conselho Constitucional e não reconhecido pela maioria dos moçambicanos, o novo presidente da FRELIMO luta para provar sua autoridade perante a comunidade internacional, especialmente após as contestações às eleições de 2023.
Vários países que historicamente financiavam o governo moçambicano começam a se afastar, preocupados com a crescente impopularidade do partido no poder. Em resposta, Chapo busca apoio de partidos políticos com representação parlamentar e de formações políticas emergentes, como a Nova Democracia, para assinar um acordo que, oficialmente, visa garantir a paz e a estabilidade pós-eleitoral no país.
O encontro está marcado para o dia 5 de março, no Centro de Conferências Joaquim Chissano. No entanto, o acordo levanta dúvidas sobre sua real intenção, pois exclui Venâncio Mondlane, apontado como peça central da contestação eleitoral. A ausência do principal líder da oposição torna a iniciativa questionável e sugere que o governo busca apenas uma demonstração simbólica de unidade política, sem enfrentar as causas reais da instabilidade.
Historicamente, a FRELIMO nunca precisou de acordos para legitimar seus governos. O atual desespero em garantir apoio de outras forças políticas reflete a gravidade da crise enfrentada pelo regime, que se vê à beira de um colapso institucional.
Outro fator que gera desconfiança é que o acordo será firmado sem qualquer debate no parlamento, levantando suspeitas sobre sua legitimidade. Para muitos analistas, sem a participação de Venâncio Mondlane, qualquer tentativa de estabilização política será ineficaz e vazia.