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MPLA IMPEDE ENTRADA DE VENÂNCIO MONDLANE EM ANGOLA
Decisão levanta suspeitas de coordenação com a FRELIMO e motiva protestos em Luanda
Uma decisão controversa das autoridades angolanas impediu, sem justificativa oficial, a entrada de Venâncio Mondlane (VM7) em Angola. O bloqueio ocorreu no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, onde o político moçambicano pretendia desembarcar para compromissos políticos e institucionais.
A medida gerou indignação e mobilização em Angola, com cidadãos dirigindo-se ao aeroporto para protestar contra o que consideram uma violação dos princípios de livre circulação entre os dois países. O caso também levanta suspeitas sobre uma possível influência da FRELIMO na decisão do governo angolano, dado o histórico de alinhamento político entre o MPLA e o partido no poder em Moçambique.
A ausência de justificativa legal
A decisão de barrar VM7 surpreende pelo fato de não haver qualquer impedimento legal ou judicial à sua viagem. Moçambique e Angola possuem um acordo de isenção de visto, permitindo que cidadãos de ambos os países transitem livremente entre as nações. Além disso, Mondlane não está sob nenhuma restrição judicial que o impeça de viajar, a não ser a necessidade de informar às autoridades moçambicanas caso permaneça no exterior por mais de cinco dias.
Fontes próximas ao político confirmam que a viagem tinha curta duração e era de conhecimento público, o que torna a decisão angolana ainda mais questionável. Especialistas ouvidos pela nossa equipe apontam que, sem um fundamento jurídico claro, o ato pode configurar uma violação dos direitos internacionais de livre circulação.
Indícios de pressão política
Há fortes indícios de que a decisão do MPLA tenha sido tomada sob pressão da FRELIMO. A relação entre os dois partidos remonta ao período das lutas de libertação e tem se mantido firme ao longo das décadas, especialmente em momentos de crise política.
"Se olharmos para a história, não é a primeira vez que vemos um alinhamento entre Luanda e Maputo em questões que envolvem a oposição moçambicana", afirma um analista político angolano que pediu anonimato. "O MPLA tem um histórico de intervir em assuntos internos de outros países, especialmente quando há interesses estratégicos em jogo."
Pressão interna e repercussão internacional
A decisão também tem causado desconforto entre setores da sociedade angolana que veem no episódio um reflexo do fechamento democrático no país. A oposição angolana já se pronunciou contra a medida, exigindo explicações do governo.
Internacionalmente, o bloqueio a Mondlane pode gerar repercussões negativas para Angola, um país que busca melhorar sua imagem no cenário diplomático. O silêncio das autoridades angolanas sobre os motivos do impedimento apenas reforça a suspeita de uma decisão política coordenada.
A questão que fica é: a quem interessa impedir a entrada de Venâncio Mondlane em Angola? A resposta pode estar nas relações políticas entre os dois regimes e no medo de que vozes dissidentes encontrem espaço em território angolano.